HISTÓRIA: Semana Maldita na Globo

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sexta-feira, 9 de março de 2018

FICÇÃO: A Copa do Mundo de 1946

A história está escrita de novo. Em maio de 1945, é declarado o fim da Segunda Grande Guerra Mundial e mal daria para a FIFA arrumar a casa para organizar a Copa do Mundo de 1946 com uma Europa semidestruída e que tinha que juntar os cacos e começar da estaca zero para voltar a pensar em futebol e outras coisas. Pois bem, depois que eu assisti ao documentário ficcional O Mundial Esquecido ("Il Mundial Dimenticato" em italiano ou "El Mundial Olvidado" em espanhol), uma produção hispano-italiana de 2012 que fora apresentada na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo e muito bem recebida pela crítica (eu recomendo!), me veio a inspiração de escrever como teria sido a Copa de 1946. Se em 1942, o Mundial teria sido organizado na Patagônia e que uma seleção formada pela tribo Mapuche venceu o time da Alemanha Nazista por 2x1, digo que em 1946 poderiam ter feito aquela que seria a "Copa da Paz" num país novo e neutro. No papel era isso que os cartolas pregariam, mas em campo não seria exatamente isso que o público presenciaria. Pra quem quiser ver o filme, segue o link do portal de vídeos Vimeo e está todo legendado em inglês preservando os idiomas originais dos "personagens": https://vimeo.com/63181553 E se quiserem saber mais sobre o filme, acessem o link a seguir do Wikipedia em italiano, foi tudo o que eu consegui: https://it.wikipedia.org/wiki/Il_Mundial_dimenticato
Pra eu contar a essa história da Copa do Mundo de 1946, a suposta Copa do Pós-Guerra, precisamos começar do princípio, contando a história do país-sede que organizou a competição e que tão logo sumiu do mapa: a extinta Gormânia.

História da Gormânia:
Um russo bem-de-vida de descendência germânica chamado Dmitri escapou do seu país em 1917 devido a Revolução de Outubro quando os bolcheviques derrubaram o Governo Liberal Provisório dos mencheviques, no qual apoiava, e se refugiou para um lugar desconhecido numa expedição digna das grande navegações dos Séculos XV e XVI, juntando todas as suas economias para a compra de um navio de embarcação, encontrando uma pequena terra isolada no meio do Oceano Atlântico onde, segundo acreditam, se localizava o reino perdido de Atlântida. Dmitri se instalou naquele "pedaço de terra" que restou após Atlântida ser devastada pelo suposto cataclismo que culminou com sua extinção, ou seja, ele se refugiou no meio do nada em busca de paz e ficar longe das guerras e conflitos, pois a Primeira Guerra Mundial comia solto na Europa. Aquele povoado deserto e abandonado, cercado de uma biodiversidade fora do comum e por belas montanhas fez com que Dmitri batizasse aquele país de "Gormânia", que significa "Terra das montanhas" (Gor - idioma russo: "montanha" e Ânia - dialeto germânico: "terra"). Foi numa dessas montanhas que Dmitri fixou morada após um ano a explorar as belezas de semelhante país.
Um belo dia, entregue ao tédio depois de percorrer aquele pequenino país, deparou-se com uma estranha "poça de lama", segundo seu entendimento. Logo, verificou que aquela massa líquida espessa era bem escura e não se tratava de lama, era petróleo! Imediatamente, enviou uma carta à única companhia petrolífera até então existente no mundo, a Anglo-Persian Oil Company, mandando representantes para explorar tal reserva petrolífera para que, dali em diante, o fato significasse a "divisão de águas" para o progresso da Gormânia. Mas como o russo conseguiu enviar correspondência se naquele país não existia empresa de correios? Ele teve que navegar até o pais mais próximo, Portugal, para enviar carta a companhia petrolífera e foi lá que soube que a Primeira Guerra Mundial tinha acabado. Ao contrário do que se imaginam, o correio português mostrou-se eficiente ao enviar a correspondência a Anglo-Persian Oil Company, cujos dirigentes estavam duvidosos da existência da isolada Gormânia e precisou mandar uma comitiva comprovando a descoberta da existência de petróleo naquele país originado da lendária Atlântida, sem antes mandar uma carta de resposta ao "explorador" russo.
Ao chegar ao local, a comitiva da companhia petrolífera ficou surpreendida não só pela descoberta de petróleo, mas principalmente pela existência do país. Dmitri deu as boas-vindas àquele pessoal e fez questão de apresentar toda aquela terra isolada, comprovando a veracidade dos fatos. A tal equipe, de fato, constatou no seu relatório que a Gormânia possuía mesmo poços de petróleo e mais do que isso, sua terra estava situada numa enorme e rica reserva petrolífera, fruto da decomposição de seres vivos existentes na mitológica Atlântida. Pra isso, foram construídas quatro refinarias em pontos diferentes daquele pequenino país, dando início ao grande desenvolvimento gormaniano. Um dos integrantes da comitiva da Anglo-Persian Oil Company era o Sheik Ahmed Al Khalifa, o Emir do Bahrein (Emir: integrante da nobreza do Bahrein, quando ainda era uma colônia britânica), que ficou deslumbrado com as belezas naturais da Gormânia e resolveu permanecer no pequeno país para ajudar o simpático Dmitri no desenvolvimento social e econômico do país graças a exportação de petróleo, mas procurou, acima de tudo, fugir do domínio britânico que assolava o Bahrein.
Em torno dessas quatro refinarias, se originaram as quatro regiões gormanianas: Região Central (que contava com a capital do país, Pangelia), Região Norte (cuja capital era Leurásia), Região Sul (com a capital Gondiuana) e a Região Costeira (o Balneário de Nenaur era sua capital). Com o dinheiro da exportação de petróleo, foi possível fazer um programa de urbanização de terras improdutivas, procurando preservar a natureza daquele país e a construção de uma forte rede elétrica, de uma rede de comunicações (rádio, telefone e telégrafo) e uma rede de transporte público. O Emir (ou Sheik, se você preferir) tratou de elaborar um texto constitucional que culminaria com o Governo da Gormânia, cuja sede fora montada no alto de uma das montanhas que logo se tornou cartão postal do país, e baseada numa Monarquia Parlamentarista. De quebra, o nomeou Dmitri como o primeiro Primeiro-Ministro por ser de sua total confiança e por ser o maior apaixonado pelo país que descobrira e criara. Como primeira medida, o Sheik do Bahrein, agora rebatizado de Rei Emir I abrigou crianças órfãs, prisioneiros e refugiados da Primeira Guerra Mundial vindos da Europa para a formação da população gormaniana. Na Segunda Guerra, fez questão de trazer todos os judeus que seriam vítimas do holocausto e estavam condenados a morte pelo nazi-fascismo europeu para povoarem a Gormânia. Logo, o país abrigou uma enorme comunidade judaica e o Rei Emir I tornou-se apreciador da sua culinária. O resultado foi que de 1919 a 1944, foram 25 anos de desenvolvimento pleno que fez com que a Gormânia tivesse uma rápida ascensão mundial e entrar no mapa-múndi a partir dos anos 20.
Com o desenvolvimento consolidado, em 1944, Dmitri morreu e a nação inteira entrou em luto oficial de uma semana. O Rei Emir I decretou eleições diretas para Primeiro-Ministro da Gormânia e o vencedor criou imediatamente o cargo de Secretário-Geral, no qual foi nomeado Micaílo Nunes, o cônsul brasileiro da Gormânia, um homem carismático e apaixonado por futebol que acompanhou a Copa do Mundo de 1942 (que costumava chamá-la de "Copa do Conde") pessoalmente na Patagônia à convite do exótico Conde Otz. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, teve a brilhante ideia de organizar a Copa do Mundo de Futebol de 1946 na tentativa de unir o mundo um ano depois da guerra. Na correspondência encaminhada à FIFA, a Gormânia se demonstrava apta em sediar a competição por permanecer neutra na guerra e por ter se desenvolvido durante todo o período do conflito, mas teria que disputar a condição de sede com outra nação-neutra, a Suíça.

Organizando a Copa:
O mundo estava em frangalhos três meses depois do fim da Segunda Guerra Mundial. Benito Mussolini e Adolf Hitler estavam mortos, os japoneses estavam rendidos com a desfeita do Eixo, formado também por Alemanha e Itália. Enquanto vários países se reconstruíam, o futebol do mundo todo esperava pela Copa do Mundo de 1946, pois se houve supostamente uma Copa em 1942, em meio aos conflitos, como não haveria em 1946 para selar a paz de vez? Em agosto de 1945, no primeiro congresso da FIFA do pós-guerra, a Gormânia apresentou sua candidatura a sede da Copa do Mundo como "país-neutro de continente-neutro", quando todos esperavam que a neutra Suíça fosse o único país interessado pela competição, já que a Inglaterra não conseguiu convencer a FIFA num adiamento do torneio e ser disputado junto com os Jogos Olímpicos que sediaria em Londres em 1948. E o resultado da escolha da sede foi apertado: 15 a 14 para a Gormânia, os suíços não receberam bem o fato, alegando compra de votos por parte dos representantes gormanianos.
Na hora dos participantes a serem conhecidos para a disputa, nem tudo era simples perante a boa vontade da FIFA. Muitos países estavam sem as mínimas condições em disputar uma Copa do Mundo um ano após o fim da Segunda Guerra Mundial. Imediatamente, após ser conhecida a Gormânia como sede da Copa de 46, foram anunciadas as desistências de União Soviética, Tchecoslováquia, Hungria, Alemanha, Polônia, Áustria, Romênia e Japão das eliminatórias. O continente europeu estava esvaziado por países licenciados da modalidade esportiva e não estavam afim de ao menos competir e garantir presença. Foram convidados pelo Secretário-Geral da Gormânia o Uruguai (campeão em 1930), Itália (campeã em 1934 e 1938 e única nação do Eixo perdoada pela FIFA), Inglaterra (os inventores do futebol) e França (país fundador da FIFA). Argentina e Brasil conseguiram vaga direta por serem, respectivamente, campeão e vice daquele ano do Campeonato Sul-Americano de Buenos Aires, e acompanhada de perto por Micaílo Nunes. A Iugoslávia ganhou de presente a classificação devido a ausência de adversários na disputa pela vaga. Enquanto isso, os outros países ralaram por vagas naquela que foi apelidada de "Copa da Paz": o  Peru venceu o favorito Paraguai e o Chile atropelou a Bolívia no grupo sul-americano; o México, em ritmo de treino, goleou sem trabalho Cuba e Estados Unidos na chave da América do Norte; a azarã Índia passa surpreendentemente pelo grupo asiático que tinha o bom time da Turquia e a fraca Coréia do Sul; a Escócia derrota a República da Irlanda no grupo britânico; e no grupo europeu, a forte Espanha não teve trabalho para vencer a desmotivada Suíça (que quase desistiu das eliminatórias por ser injustiçada em não ter sido escolhida sede da Copa), a despretensiosa Bulgária surpreende a desfalcada Dinamarca, enquanto que Portugal, outra surpresa, passou pela boa equipe da Suécia graças a um sorteio feito por uma menininha suíça loirinha de apenas 6 anos de idade, pois empatou os três jogos (Lisboa, Estocolmo e Zurique, este último com mais 30 minutos de prorrogação).
E os donos-da-casa? Micaílo Nunes logo percebeu meses antes de organizar a Copa que o país não tinha sequer uma liga profissional de futebol e nem mesmo clubes que praticavam o esporte. A seleção anfitriã era composta por jogadores amadores porque não havia federação de futebol e tampouco campeonato nacional no país, pois tudo fora montado às pressas assim que o país tornou-se sede da Copa de 1946 como um alistamento militar: um lavador de pratos, um dentista, um sapateiro, um pescador, um pós-graduado em direito, um militar, um engenheiro, um pintor de paredes, um estudante de medicina, um ex-presidiário, um operário e um jogador profissional de boliche se apresentaram como voluntários para formar a equipe que disputaria o Mundial. O técnico era um professor de educação física gorducho que tinha mania de dar aulas teóricas todo dia para aquela turma aprender o que era futebol, antes das aulas práticas, é claro. Mas o destaque era uma garota chamada Tininha, ela a única daquele país que entendia de verdade do esporte, colecionando jornais e revistas sobre o assunto, mas era proibida de participar das competições escolares e das peladas nos campinhos por ser mulher e então teve que cortar os cabelos e esconder os seios envolvendo-os num esparadrapo para entrar no time da Gormânia sob o pseudônimo Tino e ser imediatamente aprovada para integrar o grupo. Havia também a presença de alguns imigrantes da habilidosa tribo Mapuche (suposta campeã mundial de 1942) que foram convidados a reforçarem a equipe e se naturalizarem gormanianos antes da competição, apesar da resistência dos nativos, seus representantes foram Sarkento, Rakin e Kutral Kuruf. Mas o time tinha um "mascote", um menino órfão com atraso mental que vivia abandonado na floresta da Pangelia (capital do país), cujo passatempo era esculpir os troncos das árvores, quer dizer, das caules, como ele sempre fazia questão de lembrar, mostrando as partes de uma árvore em suas explosões de surto: raiz, caule, galhos e copa. De tanto defender as caules, o garoto recebeu o apelido de Caule. Ele foi descoberto quando num treino do time gormaniano, a bola ficou perdida na floresta e o técnico saiu pra procurar. E conheceu Caule, dando-lhe a função de ajudante e faz-tudo da seleção da Gormânia, tornando-se amigo dos jogadores e o "menino da sorte" daquele time.
As capitais das quatro regiões gormanianas, Pangelia, Leurásia, Gondiuana e Nenaur, foram as sedes da Copa do Mundo, transformando quatro campinhos de futebol em quatro grandes estádios. O  Estádio Municipal da Pangelia contava com uma árvore no meio do campo que não pôde ser demolida por causa de Caule, defensor das árvores, que não queria que a única árvore que estava na área em que formou-se o campo de futebol fosse derrubada. Então, instituiu a seguinte regra que valeria apenas nos jogos daquele estádio: o jogador que esbarrasse naquela árvore ou a bola que fosse chutada por alguém a batesse, o juiz era obrigado a marcar falta para o time adversário. E definidos os participantes, os organizadores, então, dividiram os 16 competidores de acordo com os potes para o sorteio a ser realizado para o Mundial da Gormânia:

Pote 1 (cabeças-de-chave): Gormânia, Uruguai, Itália e Argentina
Pote 2 (Américas): Brasil, Peru, Chile e México
Pote 3 (Europa e Ásia): Inglaterra, França, Iugoslávia e Índia
Pote 4 (Europa): Portugal, Espanha, Escócia e Bulgária

O regulamento da época previa quatro grupos com quatro times cada, no qual todos os times jogam entre si, classificando o primeiro colocado de cada chave para o quadrangular final. Em caso de empate em número de pontos, os times seriam obrigados a disputarem um jogo-desempate porque na época não havia critérios pelo saldo de gols ou número de vitórias. A competição seria disputada de 5 a 23 de julho de 1946, com jogos realizados às 15 e 19 horas, da hora local. E então, os grupos ficaram desta maneira:

Grupo 1 - Pangelia: Gormânia, Inglaterra, Chile e Bulgária
Grupo 2 - Leurásia: Argentina, México, França e Portugal
Grupo 3 - Godiuana: Itália, Brasil, Espanha e Índia
Grupo 4 - Nenaur: Uruguai, Iugoslávia, Escócia e Peru

O secretário-geral da Gormânia Micaílo Nunes fez questão de cuidar pessoalmente de todos os detalhes da competição e de como seria o fluxo de turistas que visitariam o país no período da Copa. Contratou até um cineasta Claudio Sandrini, suposto filho do cineasta Guilhermo Sandrini, morto numa tempestade na Patagônica enquanto filmava a Copa do Mundo de 1942, para que fosse documentada toda a competição, trazendo a tira-colo sua fogosa e assanhada amante Yolanda (disposta a prestar "serviços noturnos" aos envolvidos da organização), e os dois únicos juízes que apitaram os jogos do torneio, os irmãos gêmeos Parlow dos Estados Unidos (nação considerada neutra na disputa), sobrinhos e afiliados do famoso marechal inglês Parlow. Isso porque a comissão de arbitragem da FIFA encontrava-se em dificuldades de comunicação para fazer ao menos uma reuniãozinha, ainda mais um ano após o fim da Guerra. Apesar da semelhança gritante entre ambos, havia um enorme diferença: um dos Parlow era gay e "soltava a franga" quando apitava um jogo garantia de diversão para que fosse ver os jogos daqurela Copa. Helene Otz, filha do Conde Otz, e viúva de Sandrini, foi convidada para ser a fotógrafa oficial do Mundial da Gormânia e fez um trabalho que foi além dos limites dos gramados, ganhando muitos prêmios por isso.

Primeira Fase:
No Grupo 1, sediado na Pangelia, a Gormânia, mesmo anfitriã, era vista como "azarã" por não ter tradição no futebol, mais até que a fraca Bulgária, porque haviam dois favoritos dividindo a chave: Chile e Inglaterra. Os chilenos estavam cheios de moral e vinham bem preparados com uma forte equipe composta por Alcántara, Castro, Cremaschi, Medina e Vera, enquanto que o English Team, que topara a disputar seu primeiro Mundial, contava com o mago do drible, Sir Stanley Matthews, candidato certo a "craque da Copa". Os gormanianos tinham a Tininha, que jogava sob o pseudônimo Tino, capitão e destaque de verdade pois "carregava o piano" com um time muito meia-boca e tinha um invejável espírito de liderança em campo. Os nomes que logo se "destacaram" naquele time foram o goleiro Antonovy, o artilheiro Blugonovy, Stonischenko, Stodislay e Goggy. Sua característica era a falta de habilidade e ganhava sempre roubado dependendo dos casos. O juiz que era escalado para apitar um jogo da Gormânia era confinado no vestiário horas antes do jogo para favorecer o fraco time em troca de quantias em dinheiro. Coisas de Micaílo Nunes. Quando algum jogador do time da casa caísse na área, sozinho ou não, o juiz tinha que apontar a marca da cal para marcar um pênalti e quando algum jogador da Gormânia chutasse uma bola pra fora do gol, o faz-tudo Caule tinha que estar atrás do gol adversário com uma outra bola escondida embaixo da roupa, correr pra dentro do campo, tirar a bola de dentro da roupa e chutar para o gol. Então no jogo de abertura, justamente num lance do Caule (chamado de "gol fantasma"), a Gormânia derrotou a Inglaterra por 1x0 no final de jogo quando os ingleses dominavam a partida o tempo todo e logo cercaram o juiz norte-americano após o fim da partida (uma cena que se repetiria nos jogos seguintes). Ainda na primeira rodada, o time do Chile logo mostrou porque veio disputar a Copa goleando os búlgaros por 5x1. Na segunda rodada, a Gormânia finalmente "jogou de verdade" contra a fraca Bulgária e foi responsável pela maior goleada do torneio, 9x1. Os gormanianos passearam em campo, mas não era pra tanto pois os pênaltis inexistentes e gols fantasmas surgiram em profusão, o que explica o placar elástico. Destaques positivos foram Tino, que marcou 1 gol e deu seis assistências a seus companheiros, e Blugonovy, autor de cinco gols. Na outra partida, um jogo de nove gols envolvendo ingleses e chilenos no "clássico do grupo", com vitória do Chile por 5x4. Na última rodada, no jogo dos eliminados, a Inglaterra bateu a Bulgária por 3x2, enquanto que Chile e Gormânia fizeram a decisão do Grupo A, quem ganhasse se classificaria a para a fase final, se empatasse haveria um jogo-desempate. Então, no primeiro tempo, a Gormânia jogou um péssimo futebol e o Chile tirou proveito com um jogo limpo vencendo por 2x0. Mas no segundo tempo, o "apito amigo gormaniano" entrou em cena e os donos-da-casa viraram para 3x2 com gol fantasma e pênalti idem e abiscoitaram a vaga para a fase final com 6 pontos ganhos. Os chilenos saíram de campo inconformados e cercando o Mr. Parlow (o "normal") que apitou o jogo. Uma cena era característica após os jogos da Gormânia: Caule entrava em campo e abraçava a tal árvore para agradecer pela vitória do time.
No Grupo 2, na Leurásia, norte do país, contava com um favorito absoluto na corrida pelo título mundial de futebol: a Argentina. Sua base era "La Máquina" do River Plate: Rossi, Labruna, Pedernera, Juan Carlos Muñoz e Lostau eram os craques da equipe do técnico Guillermo Stábile, que contava ainda com o jovem Alfredo di Stéfano. Boyé (Boca Juniors), De La Mata (Independiente), Mendez (Huracán), Pescia (Boca Juniors), Pontoni (San Lorenzo), Salomón (Racing) e Sosa (Boca Juniors) reforçavam o time. Então, na estreia, uma surpresa, um tropeço contra a estreante Portugal, empate em 2x2. Logo, se recuperou aplicando 6x1 no fraco time do México e obteve sua classificação com outra goleada, 4x1 na França conseguindo 5 pontos. Nos outros jogos, o México perdeu por 6x2 da França e 3x1 para Portugal, consolidando como uma das piores equipes da competição. Fechando o grupo, franceses e portugueses empataram em 1x1.
O Grupo 3, em Gondiuana, sul da Gormânia, duas equipes dividiam a atenção da população local: Brasil e Itália. Os brasileiros treinados por Flávio Costa contava com uma senhora equipe e era também outra cotada para vencer o torneio. Eis o time-base: Oberdan Catani (Palmeiras); Newton (Flamengo) e Norival (Flamengo); Zezé Procópio (Palmeiras), Ruy (São Paulo) e Jayme de Almeida (Flamengo); Zizinho (Flamengo), Heleno de Freitas (Botafogo), Ademir de Menezes (Vasco), Tesourinha (Internacional) e Jair Rosa Pinto (Vasco). O banco de reservas era de luxo: Ary (Botafogo), Domingos da Guia (Corinthians), Bauer (São Paulo), Lima (Palmeiras), Danilo (Vasco) e Chico (Vasco). O otimismo não era tão grande pois dividia a chave com a Squadra Azzurra, que contava com a base do Torino, então bicampeão italiano, dentre os quais se destacavam Gallarin, Eusebio Castigliano e Valentino Mazzolla. Zebra da vez, o time da Índia convocou 17 jogadores descalços para o torneio e por falta de grana, sua viagem e estada foi toda custeada pelo governo da Gormânia, seu destaques eram os artilheiros D'Sousa e Kittu. Então na abertura da chave, a Itália aplicou 8x1 nos pobres indianos e os brasileiros tiveram uma boa estreia vencendo uma desmotivada Espanha por 3x1. Na rodada seguinte, italianos e espanhóis travaram um duelo muito difícil, afinal era um clássico europeu. A Espanha até que se redimiu da derrota do Brasil, mas perdeu a minutos do fim para a Azzurra por 1x0, gol de Riccardo Carapellese, e enquanto isso, nossa Seleção Brasileira, jogando com um "mistão", massacrava equipe hindu por um impiedoso 7x0, mas o treinador Flávio Costa pediu para que a torcida brasileira não se empolgasse, pois o jogo contra os italianos seria decisivo pela vaga na fase final, isso explica a escalação do "mistão" que goleou a Índia. Só a vitória garantia a classificação. Então, após a Espanha se despedir da competição goleando os indianos por 7x1, Brasil e Itália travaram outro grande duelo. No primeiro tempo, a Azzurra manou um sem-número de bolas na trave contra a meta de Oberdan Cattani, mas no segundo tempo, numa atuação infernal do impossível Heleno de Freitas, o Brasil enfim meteu 2x0 na Itália e conquistou sua vaga marcando 6 pontos.
E finalmente chegamos ao Grupo 4, sediado no Balneário de Nenaur, cujo clima era favorável a Celeste Uruguaia. Comandado pelo técnico Guzman Vila Gomensoro, o Uruguai tinha um time fortíssimo e também cotado para a conquista do título: Máspoli; Pini e Tejera; Sabatel, Obdulio Varela e Prais; Volpi, Medina, Schiaffino, Vásquez e Zapiraín. A equipe contava também com opções importantes no banco de reservas, como Aníbal Paz, Gambetta, Cajiga, Jose García, Ortiz e Riephoff. O começo foi arrasador, apesar da ineficiência do adversário, 6x0 na Escócia. Na rodada seguinte, um clássico sul-americano contra o Peru, esperava-se um outro massacre uruguaio, mas conseguiu um "apertado" 2x0, o suficiente para duelar em pé de igualidade com a Iugoslávia a vaga para a fase final. Os iugoslavos chegaram a Gormânia desacreditados com um time improvisado, mas foram uma grata surpresa após golear os peruanos por 6x1 e bater os escoceses por 3x1. Quando os dois times se encontraram, um jogo equilibrado que culminou num empate em 3x3, provocando um jogo-desempate porque na época não havia critério de desempate no saldo de gols, cada time estava com 5 pontos. Isso levou os times de Escócia e Peru a arrumarem as malas e foram embora antes da conclusão da primeira fase pelo fato de não terem mais condições de classificação. A partida que ambos fariam foi cancelada, mas os organizadores resolveram considerar o resultado em 0x0. No jogo desempate, os uruguaios abriram 2x0 no primeiro tempo, com gols de Zapiraín e Vásquez, mas cansou de tanto correr e permitiu a Iugoslávia empatar em 2x2 e levar o jogo para a prorrogação. Os uruguaios apelaram para a violência e dois jogadores foram expulsos, o suficiente para o time europeu ver um meio-campo aberto e sacramentar o placar de 4x2 e a classificação para a fase final. Essa foi a grande injustiça até então da Copa do Mundo, a eliminação do Uruguai, pois se esperava um duelo entre brasileiros, argentinos e uruguaios na fase final da competição.

Turno Final:
Chegamos enfim a fase final, chamada na época de "Turno Final", com as mesmas regras da primeira fase: tinha que haver um vencedor no grupo, quem acumulasse mais pontos seria o campeão. Então, Gormânia, Argentina, Brasil e Iugoslávia, iriam disputar o título mundial da "Copa da Paz" nas cidades de Pangélia e Leurásia. A imprensa especializada acreditava numa revanche da final sul-americana em que os argentinos derrotaram os brasileiros por 2x0 em fevereiro daquele mesmo ano de 1946.
Na primeira rodada, a dona-da-casa, Gormânia, cruzou com a Argentina na capital Pangelia. O jogo foi muito pegado e até equilibrado, o time gormaniano não jogou mal pois Tino e Blugonovy foram os grandes destaques do jogo. Já o time argentino era muito temperamental e perdeu com seus próprios nervos nos minutos finais, desesperados pelo fato do gol não surgir. E foi no último minuto, num lance característico da Gormânia, um pênalti fantasma, que sacramentou a vitória dos anfitriões, 1x0, cobrado por Tino. Sob protesto, o goleiro argentino Claudio Vacca saiu do gol na hora da cobrança inconformado com a decisão da arbitragem e de tanto reclamar, acabou sendo expulso. Ao final da partida, jogadores argentinos foram pra cima de Mr. Parlow e o agrediram na descida dos vestiários, revoltados com a derrota. Os organizadores nada fizeram para punir os argentinos envolvidos, o juizão tava apenas "cumprindo favores" aos gormanianos. Logicamente, outros três jogadores argentinos foram expulsos do jogo por reclamação e nada mais. No outro jogo, na Leurásia, uma exibição de gala da Seleção Brasileira mandando 3x0 na Iugoslávia, mostrando quem poderia ser o "campeão ideal" da "Copa da Paz".
Na segunda rodada, um fato pitoresco, o Parlow "normal" não tinha mínimas condições de apitar uma partida devido as lesões e fraturas que sofrera dos argentinos e com isso, o Parlow "munheca" teve que trabalhar em dobro para apitar os dois jogos. A sorte dele é que ambos eram em horários diferentes. Os iugoslavos se mostraram muito acuados ao enfrentarem a Gormânia na Pangelia e o jogo presenciou a melhor atuação de um time semi-amador e super-improvisado que era o da Gormânia. Mas não precisavam trapacear para ganhar por 5x2 com aqueles lances característicos do gol fantasma e pênalti idem, sem contar o da árvore no meio do gramado. Os iugoslavos jogaram muito mal e isso explica a brilhante vitória dos gormanianos. Enquanto isso na Leurásia, o jogo mais aguardado da rodada, Brasil e Argentina jogaram um típico Brasil e Argentina. No primeiro tempo, jogo pegado, os argentinos fizeram 1x0, mas no segundo tempo, Ademir e Tesourinha viraram o jogo para o Brasil e definiram a vitória por 2x1, mas Heleno de Freitas revidou uma falta de De La Mata e foi expulso, não podendo disputar o jogo seguinte. Na última rodada, a Argentina obteve um justo terceiro lugar vencendo a Iugoslávia por 4x1 na Leurásia, enquanto que Brasil e Gormânia decidiram o título mundial na Pangelia, cuja vitória era só que interessava, um empate levava os times a uma partida desempate dois dias depois.
A seleção do Brasil estava desfalcada de Heleno de Freitas, ele foi embora da concentração, pegou um voo de volta para o Rio de Janeiro e nunca mais vestiu a camisa da Seleção desde então. Após o jogo contra a Argentina, teve uma discussão acalorada com o técnico Flávio Costa e os outros jogadores alegando que estava se defendendo do marcador argentino. Foi suspenso, lógico, e em seu lugar fora escalado Chico para o jogo contra a surpreendente e confiante Gormânia. Tina, ou melhor, Tino, era a esperança certa dos gormanianos e a grande ameaça do jogo para os brasileiros. O jogo transcorria normalmente, surpreendentemente limpo, sem os lances "característicos" dos donos-da-casa que os brasileiros tinham conhecimento. E mais surpreendente é que o time da Gormânia estava vencendo o jogo por 2x1 até o último minuto da partida quando o goleiro Antonovy saiu do gol para ajudar os companheiros a ganharem tempo para festejar a vitória e num erro de passe, Zizinho viu um gol vazio e correu pra emendar no fundo da rede empatando a partida em 2x2. Caule, o mascote do time até invadiu o campo durante o lance para impedir o gol, mas foi apartado às pressas pelo juiz da partida, Mr. Parlow, e logo os dois se mataram de porrada já fora de campo e o jogo acabou sem juiz para validá-lo. Vai haver o jogo-desempate. O "professor" que treinava a Gormânia deu uma tremenda bronca a equipe e os castigaram por "entregarem o ouro para o bandido". Àquela altura, a nação inteira estaria comemorando o título inédito para o país.
Véspera do grande jogo, surge a previsão de que haveria muita chuva na hora da final, nuvens carregadas estavam se aproximando naquele pequenino país. Mas a tempestade se irrompe em plena madrugada e o jogo de camisas do time anfitrião estavam secando no varal, alguém esqueceu de recolhê-las. Na hora da preleção, horas antes do grande jogo, o "professor" reuniu os jogadores e disse sobre o incidente das camisas. Logo falou que "a camisa não é só um uniforme, é um estado de espírito" e decidiu na hora que o time ia jogar sem camisa contra o Brasil. Foi aí que Tino, ou melhor Tininha, foi obrigada a abandonar a carreira de jogador de futebol e saiu do vestiário disfarçadamente para assistir ao jogo das arquibancadas. No lado do Brasil, outro desfalque, Heleno de Freitas iria jogar pois o efeito suspensivo que o levou a expulsão no jogo contra a Argentina só durava uma partida e não adiantaram os pedidos insistentes para que ele tomasse um avião às pressas e voltasse a integrar o elenco brasileiro na Gormânia. Então, Flávio Costa teve que repetir a escalação do jogo anterior.
O jogo começou com 20 minutos de atraso por conta da chuvinha que ainda caía na capital Pangelia e também porque o corpo de bombeiros foi chamado para drenar o gramado ensopado para que houvessem condições de jogo, sem contar a espera por uma trégua na chuva manhosa que desabou desde a madrugada. Justamente nessa trégua que o jogo pôde finalmente começar. O primeiro tempo foi a mil por hora com empate em 1x1 das duas seleções e o segundo tempo foi bastante equilibrado, com os dois times perdendo gols incríveis, os goleiros Antonovy e Oberdan Catani trabalhando bastante e um juiz, o Parlow "normal" que havia se recuperado das agressões dos argentinos, fazendo uma péssima arbitragem para ambos. Ele queria porque queria apitar o jogo mesmo contrariando os pedidos dos organizadores e até do irmão gêmeo gay. Parecia uma pelada de várzea com os "sem-camisa" enfrentando os "com-camisa".
Os 90 minutos terminaram 1x1 e foram para a prorrogação. Também terminou empatado. Como fizeram para desempatar a decisão da Copa do Mundo de 1946 já que não haviam ainda a decisão por pênaltis? Naturalmente a decisão seria por sorteio (na popular moedinha), mas foi abolida do regulamento do torneio por exigência do Governo da Gormânia, alegando que o campeão mundial de futebol que se preze deve ganhar na bola para que se faça justiça. E então foi programação um tempo extra de 15 minutos e como ninguém havia feito o gol da vitória, mais um tempo extra de 15 minutos. Na prática foi uma segunda prorrogação que fizeram brasileiros e gormanianos se arrastarem em campo. Como as regras proibiam as substituições, fatalmente os jogadores iriam se cansar e o ritmo do jogo cairia drasticamente. Ao todo, foram 150 minutos de futebol, já tinha anoitecido na Pangelia e o estádio já contava com iluminação artificial! Já estava nos descontos dos 15 minutos da "segunda prorrogação" quando Chico perdeu os nervos e descontou sua raiva agredindo o goleiro Antonovy após desperdiçar a última chance de gol da partida, conseguiu perder um gol feito. Foi o bastante para que Caule invadisse o campo e agredir os jogadores brasileiros e até o juiz.
Estava desencadeado o tumulto que tomou conta do gramado a ponto da imprensa entrar em campo para registrar os "detalhes" da briga. O juiz Parlow, mancando bastante durante o jogo todo, tentava determinar a expulsão de Chico. A confusão fugia totalmente do controle a ponto dos torcedores invadirem o gramado para agredirem os jogadores adversários. A briga generalizada durou cerca de 70 minutos e a polícia da Gormânia não tinha contingente o suficiente para apartar tudo aquilo. Durante a confusão, Caule, pegou uma pedra para atingir a cabeça de algum jogador brasileiro, mas lançou às cegas e acertou em cheio a cabeça de Tino, que era a Tininha, que não jogou a partida. Sem desconfiar de nada, mas completamente desorientado, pediu que algum médico pudesse atender a pessoa que levou a pedrada acidental. Após o incidente, Caule correu em direção a árvore para abraçá-la pra que ninguém pudesse derrubá-la. Enquanto isso, os médicos que foram atender Tino logo descobriram que na verdade era uma mulher se fazendo de homem para poder atuar no time da Gormânia e havia morrido na hora de traumatismo craniano ao levar a pedrada de Caule. E pra piorar, uma forte e torrencial tempestade desabou na Pangelia, sendo esta a única coisa que fez com que o tumulto terminasse e mandasse todo mundo pra fora do estádio imediatamente, de público, imprensa e jogadores. Menos Caule, que permaneceu abraçado junto a árvore e morreu afogado pelas águas que inundaram toda a Gormânia a ponto de barragens serem totalmente destruídas e o país deixar de existir para sempre, sumindo do mapa.
Resultado, NÃO HOUVE CAMPEÃO. A FIFA decidiu num Congresso meses mais tarde que apagaria de vez seus registros da Copa do Mundo de 1946, pois representava a vergonha e uma mancha negra na história do futebol que prejudicaria sua história. Onde já se viu, juiz sendo instruído para favorecer os donos-da-casa, um time inteiro atuando sem camisa (e descalço, no caso da Índia), uma árvore no meio do gramado e uma mulher se passando por homem para conseguir lugar no selecionado. Coisas que a FIFA jamais aceitaria em suas normas para que um país possa organizar uma Copa do Mundo.

Os Jogos da Primeira Fase:
05/07 - 15h00: Gormânia 1x0 Inglaterra (Pangelia)
06/07 - 15h00: México 2x6 França (Leurásia)
            19h00: Índia 1x8 Itália (Gondiuana)
                        Uruguai 6x0 Escócia (Nenaur)
07/07 - 15h00: Chile 5x1 Bulgária (Pangelia)
                         Portugal 2x2 Argentina (Leurásia)
             19h00: Brasil 3x1 Espanha (Gondiuana)
                         Iugoslávia 6x1 Peru (Nenaur)

09/07 - 15h00: Bulgária 1x9 Gormânia (Pangelia)
                        Argentina 6x1 México (Leurásia)
            19h00: Itália 1x0 Espanha (Gondiuana)
                        Peru 0x2 Uruguai (Nenaur)
10/07 - 15h00: Inglaterra 4x5 Chile (Pangelia)
                        França 1x1 Portugal (Leurásia)
            19h00: Brasil 7x0 Índia (Gondiuana)
                        Iugoslávia 3x1 Escócia (Nenaur)

12/07 - 15h00: Inglaterra 3x2 Bulgária (Pangelia)
            19h00: México 1x3 Portugal (Leurásia)
                        Espanha 7x1 Índia (Gondiuana)
13/07 - 15h00: Gormânia 3x2 Chile (Pangelia)
                         Argentina 4x1 França (Leurásia)
             19h00: Itália 0x2 Brasil (Gondiuana)
                         Uruguai 3x3 Iugoslávia (Nenaur)
Escócia 0x0 Peru (jogo cancelado)

Jogo-Desempate da Primeira Fase:
15/07 - 15h00: Iugoslávia 4x2 Uruguai (Nenaur)

Os Jogos do Turno Final:
17/07- 15h00: Gormânia 1x0 Argentina (Pangelia)
           19h00: Brasil 3x0 Iugoslávia (Leurásia)

19/07: 15h00: Iugoslávia 2x5 Gormânia (Pangelia)
           19h00: Argentina 1x2 Brasil (Leurásia)

21/07 - 15h00: Argentina 4x1 Iugoslávia (Leurásia)
            19h00: Gormânia 2x2 Brasil (Pangelia)

Jogo-Desempate do Turno Final:
23/07 - 15h00: Brasil 1x1 Gormânia (Pangelia, jogo inacabado)